O pingo de tinta | O grande valor das pequenas coisas
Certo dia, um pingo de tinta num papel amassado, esquecido por entre os papéis rabiscados, que não aceitava o seu final estado, ele dizia:
— Todos são rabiscos! Mas eu sou apenas um pingo de tinta abandonado.
Então, cheio de audácia ele foi perguntar ao autor:
— Porque eu nem meia palavra sou? E porque antes de me começar você terminou?
Então abismado com tudo quanto ouvia indagou o autor:
— Como isso é possível? Devo estar sonhando acordado!
Mas o pingo de tinta não perdeu tempo. Então novamente perguntou:
— Me dê sua resposta e me diga quem eu sou?
O autor muito sábio respondeu:
— Eu não sei, me diga você.
Então o pingo de tinta aborrecido não quis responder. Porém , depois de um tempo ele desabafou para o autor.
— Eu sou o pingo de tinta que você descartou.
Vendo que o pingo de tinta estava tão aborrecido o autor falou:
— Não. Você não é um pingo de tinta descartado. Pelo contrário, você foi o ponto que me inspirou.
Confuso, o pingo de tinta perguntou:
— Como assim?
O autor então muito calmo lhe explicou.
— Eu escrevi em muitos papéis, mas de nada adiantou. Mas quando eu te começava vi algo diferenciado. Vi um pequeno ponto, porém destacado.
O pingo de tinta o interrompeu enquanto ele falava.
— Como assim? Eu não consigo entender!
Então o autor continuou, ainda muito calmo.
— Tem coisas que só o autor poderá saber.
O pingo de tinta ficou sem entender nada. Então olhando para o lado viu a grande obra que o autor havia terminado. Então perguntou:
— Qual o nome da obra em mim inspirado?
O autor então o respondeu:
— Um pequeno ponto tem um grande significado.
O pequeno pingo de tinta ficou calado, pois ele havia entendido o que seu significado.
Então, se você sente as vezes como esse pequeno pingo de tinta, lembre: Não se sinta insignificante por não ser alguém de grande destaque, são as pequenas coisas que inspiram as grandes.
— Celeste Almeida
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